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Ufam forma primeira aluna indígena do curso de Jornalismo/ICSEZ

  • Publicado: Terça, 14 de Novembro de 2023, 13h57
  • Última atualização em Sexta, 01 de Dezembro de 2023, 13h11

A Emilli Marolix Flores Pinto da tribo Tikuna chegou em Parintins com o sonho de ser jornalista, um sonho que nasceu ao ver na TV os repórteres. "Eu sempre fui apaixonada pelo jornalismo, eu tinha muita vontade de me tornar uma profissional do jornalismo, desde criança eu achava muito bonito ver os apresentadores", conta.

Aprovada por meio do Processo Seletivo Interior (PSI), a futura aluna precisou ser acompanhada pela irmã já que ainda tinha 16 anos quando foi aprovada, outra dificuldade foi a financeira, o que levou seu pai a vender uma moto para obter dinheiro suficiente para o translado de Emily de Benjamin Constant para Parintins e também para financiar sua ida para Humaitá, onde foi aprovado para o curso de Engenharia Ambiental. "Eu cheguei em Parintins com muitas dúvidas, não conhecia ninguém, precisei de muita coragem, sobretudo para enfrentar o preconceito do parintinense com pessoas indígenas, o que é um certo contrasenso, já que aqui se realiza um mega festival floclórico", relata.

Pronta para Cola Grau (janeiro de 2024), a aluna já defendeu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), intitulado “Magüta” (na língua Tikuna significa "povo pescado"), para desenvolver o estudo, Emili se voltou para sua aldeia em Benjamin Constant, onde a presença da igreja evangélica é muito forte. "Eu quis falar sobre esse tema ao observar que nossa aldeia perdeu seus rituais, como o ritual da "Moça Nova", é necessário preservar não somente o idioma, mas também as origens culturais", defende.

O objetivo de Emili é levar o resultado do estudo para ser debatido com a aldeia, o intuito é tentar chamar a atenção para a importância de que os próprios tikunas devem ser os principais a se preocuparem com a preservação cultural. "Não é suficiente outras pessoas discutirem sobre a preservação da nossa cultura, é necessário que meu povo entenda a importância de que nós próprios devemos preservar nossa cultura, eu sei que alguns não vão aceitar por já frequentarem à igreja evangélica, mas somente debatendo sobre isso é possível vislumbrar o resgate das práticas tikunas", explica.

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Documentário "Maguta"

Sobre Documentário
O filme explora as mudanças nas práticas e rituais do povo Ticuna, com um foco especial no ritual da moça nova, que deixou de ser praticado na aldeia de Filadélfia há mais de uma década. Essa obra documental se destaca por examinar as complexas dinâmicas culturais e religiosas em decorrência da presença da igreja Evangélica, afetando a vida dos Ticuna e a preservação de suas tradições ancestrais. É importante observar que Magüta foi produzido como um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sob a orientação do professor Gerson Albuquerque e foi dirigido pela ticuna, Emilli Marolix. O documentário foi desenvolvido como requisito para obtenção de graduação em bacharelado em Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam ), especificamente no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), localizado em Parintins.

 

 

 

 

 

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